Caindo na Página

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

FADAS E SEUS CONTOS


A fada é um ser fantástico, que protege os seres humanos ou intervém magicamente nos seus destinos para evitar malefícios, desfazer encantamentos ou feitiços provocados pelos seres do mal.
Surge nas situações de perigo, nas dificuldades amorosas, nas aventuras imprevisíveis e, sobretudo, no combate às bruxas.
Sua forma é a de uma linda mulher. Algumas têm asas de borboleta.
Seu vestido é esvoaçante e costuma trazer uma tiara na cabeça com uma estrela luminosa.
As mais antigas trazem também uma varinha de condão, com poderes mágicos.
Sua aparição é súbita e, ao desaparecer, torna-se invisível, seu estado normal.
Os lugares mais fáceis de encontrar uma fada são os bosques e florestas, as hortas, quintais e jardins, as ruas com árvores e flores, as praças com fontes de água.

Nas casas ela gosta de ficar nas cozinhas e perto de sofás macios.
Habitualmente come pouco, gostando muito de arroz, couve-flor e salada de alface.



Adora pudim de leite, bolo de chocolate, manjar branco e algodão-doce. Sente-se mal com comidas temperadas com pimenta-do-reino, cebola e muito sal.

Não gosta de acordar cedo e se distrai ouvindo música ou brincando de roda. De resto, é excelente bailarina.
As fadas tornaram-se famosas por causa dos contos de fadas, onde aparecem como personagens coadjuvantes ou auxiliares de heróis e heroínas.

A Gata Borralheira tinha uma fada-madrinha, protetora.


A Bela Adormecida escapou da maldição de morte feita por uma fada má
(naverdade, uma bruxa)



pela interferência de fadinhas bondosas, que transformaram a morte da maldição num sono profundo e prolongado.

Esta feiticeira, talvez a primeira da literatura mundial, é a filha de Helios (o Sol) e Perséia (a filha do Oceano). 
Circe é personagem da Odisséia, poema composto pelo poeta grego Homero durante o oitavo século antes de Cristo (entre 701 e 800 a.C.) que conta as aventuras do guerreiro grego Ulisses (ou Odisseu) após a Guerra de Tróia.

Em seu palácio de sua ilha no mar Mediterrâneo, Circe espera por marinheiros perdidos, quetransforma em animais e serve no jantar. 
Quando Ulisses e seus homens chegam à ilha, a feiticeira transforma quase todos em porcos. 
Com a ajuda do Deus Hermes (Mercúrio para os romanos), Ulisses consegue enganar Circe, libertar seus marinheiros e sair da ilha sem maiores problemas.

Circe usa um bastão de madeira
- uma "varinha de condão" - e um caldeirão em seus feitiços.

Os dois objetos são acessórios fundamentais para feiticeiros até hoje.

Circe transforma os amigos de Ulisses em porcos.





Há muitos séculos, na Europa, existiram os celtas. Não se sabe exatamente quando surgiu esse povo ou quanto tempo viveu.
Certos pesquisadores dizem que eles desapareceram por volta do século V.
Outros afirmam que sua civilização continuou a existir por mais tempo na Grã-Bretanha.
Mas, além desses mistérios, os celtas nos deixaram muitas lendas, Histórias maravilhosas sobre elfos, duendes e mulheres mágicas que ajudavam os guerreiros preparando-lhes espadas poderosas e prevendo-lhes o futuro.
Porém, finalmente, os contos sobre fadas e magas, foram trocados por lendas sobre bruxas.
Em toda a Europa, os homens começaram a temer e a perseguir feiticeiras.

Essa perseguição atravessou os séculos XV, XVI, XVII. Foi quando surgiram os caçadores de bruxas. Muitas pessoas foram mortas. Se por acaso uma vaca se ferisse ou uma criança adoecesse, a culpa era sempre das bruxas.
Pobre de quem gostasse de gatos ou borboletas, pois ia direto para a fogueira.

AS BRUXAS SÃO NECESSÁRIAS

Aprendi em meus superficiais estudos esotéricos, que os mestres espirituais da Antiguidade, utilizaram os Contos de Fadas para transmitirem, através dos tempos e de maneira simbólica, conhecimentos elevados do Sagrado. Assim sendo, passariam esses conhecimentos, sem o perigo de serem destruídos por aqueles que discordam, ou crêem, apenas, na vida material.  

Se estivermos atentos ao conteúdo dessas histórias, observaremos que sempre estão presentes: a Fada, a Bruxa, a Madrasta Má, etc. 


Esses arquétipos representam aquilo de que necessitamos para chegarmos à compreensão de que só ascendemos a um nível de crescimento pessoal e de espiritualidade, pela vivência consciente dos aspectos negativos (Bruxas) e positivos (Fadas) da vida.  



A Bruxa representa no nosso dia a dia, tudo aquilo que nos é impostos pela família, escola, religião, sociedade, tais como: limites e frustrações; carências afetivas e materiais; perdas, etc.  




A Fada, por sua vez, simboliza o que é agradável ao nosso EGO: ganhos; sucesso; riqueza, ou seja, o lado gostoso de nossa caminhada.  
Ambas são imprescindíveis ao nosso processo de crescimento. E ambas estão dentro de nós. Tanto podemos exercer amorosamente, os nossos lados Bruxa e Fada, em relação ao outro, como o outro poderá exerce-los em relação a nós. É um movimento contínuo e recíproco. Muitas vezes, no entanto, o excesso de emocionalismo impede a exteriorização equilibrada dos dois lados.

A compreensão da importância da prática consciente dessa dualidade, é que favorece a formação harmoniosa do ser humano, tornando-o menos egoísta e mais solidário em suas relações interpessoais, preparando-o para exercer, com maturidade, a sua cidadania.
Acontece que o mundo moderno distanciou-se bastante dessa diretriz dual. 
Pouquíssimos são aqueles que aceitam os deveres e limitações exigidas pela Bruxa. Só querem saber do lado gostoso que a Fada põe à disposição, ou seja, a curtição do mundo fantástico dos apelos sensoriais, do consumismo, do conforto exagerado, etc. 
E a Bruxa se encontra quase que totalmente esquecida, tanto no contexto familiar, como na escola e na sociedade como um todo. E as conseqüências são catastróficas.
É comum, no âmbito familiar, a ocorrência de fatos graves, que causam traumas e muito sofrimento. E até se diz, nessas ocasiões, 
que “a bruxa anda solta...” 
Em geral, os membros da família preferem racionalizá-los ou mesmo “esquece-los”, sem a menor preocupação pela “leitura” da sinalização expressa nesses fatos. E tudo continua como antes... O que poderia ou deveria servir de degrau para uma melhor compreensão da vida e de si mesmo, não passa de mais um acontecimento doloroso e cruel.  
Como conseqüência, gera-se um vazio na vida de cada um, levando-os a procurar compensações que, na aparência e superficialmente, vêm minimizar as dores sofridas.




As perdas, de uma maneira geral, não são entendidas como mensagens para um
 redirecionamento de vida, uma revolução pessoal em todos os seus aspectos.  




Algum dia chegar-se-á à compreensão de que um dos males do mundo de hoje é o número insuficiente de Bruxas, por não se compreender o que elas significam para a formação equilibrada e completa do ser humano.


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